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Comissão Especial para Attica do Estado de Nova York
A rebelião de Attica e os reflexos das falhas do sistema prisional estadunidense
A 13a emenda da Constituição dos Estados Unidos da América, de 1865, foi o marco para o fim da escravidão no país. “Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito à sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados...” são as belas palavras escritas e que, teoricamente, garantiriam liberdade a todos os cidadãos, se não fosse pela continuação da emenda, que declara “...salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado”. Assim, escravos recém libertos poderiam ser condenados à servidão penal, fazendo com que a exploração dos negros persistisse explicitamente, porém com um pretexto forjadamente legal. A partir desse momento, há uma tendência nos EUA de se “imputar crime à cor”, e nesse caso, à cor negra.
No início do século XX o arrendamento de condenados foi legalmente acabado, mas suas estruturas de exploração de pessoas negras, latinas, nativos americanos e asiático-americanos resistiram e tomaram outra forma. Começa então a se formar o complexo industrial-prisional, no qual corporações privadas exploram a mão-de-obra de pessoas privadas de liberdade. É agravada assim a situação de exploração e precarização da vida da população carcerária, uma vez que a visão e práticas que colocam esses seres humanos como mercadoria ficam cada vez mais enraizadas nos Estados Unidos.
É nesse contexto que as condições de alimentação, tratamento médico, educação e ocupação das prisões são negligenciadas ao extremo. Em 1971, então, ocorreu a famosa rebelião de Attica, em que 1300 prisioneiros tomaram o controle da prisão estadual de Attica, no estado de Nova York. Por quatro dias sucederam-se negociações com a polícia e representantes do governo do estado, enquanto o governador Nelson Rockefeller recusa em sequer aparecer ao local. No quinto dia, Rockefeller, com apoio do presidente dos EUA, Nixon, deu a ordem para retomar a prisão com uso de força, mesmo sabendo que isso resultaria a morte tanto de revoltosos, quanto de seus próprios oficiais.
A Comissão Especial para Attica do Estado de Nova York é um órgão formado após os acontecimentos desastrosos da Rebelião de Attica. O objetivo principal desse grupo é de averiguar os fatos que levaram à rebelião, os quais aconteceram entre os dias 9 e 13 de setembro de 1971, assim como os desdobramentos do motim e da ação policial. um anos após a Rebelião de Attica, e após as investigações estarem concluídas, a Comissão Especial para Attica do Estado de Nova York se reúne, para discutir o que constará no relatório final do grupo.



